sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Olhares.


   Mais de uma vez ouvi isso, e disseram-me novamente, há pouco tempo, que sou uma péssima atriz (da vida). Que dos meus olhos e do conjunto do meu rosto saem as verdades dos meus pensamentos. Na hora fiquei confusa, não sabia se considerava isso um elogio ou não. Dizem que "depende da situação". Pode ser, mas, não posso me basear no "depende", afinal de contas se meus olhos são assim, eles serão em todo tempo. Decidi então interpretar isso como um elogio.
   Como eu não tenho pretensões de seguir a carreira das artes cênicas  ou coisa parecida, eu não vi problemas em ouvir essa frase. Assim como não vejo em "não conseguir disfarçar", mas, como tudo na vida, para isso também é necessário dosagem. Qualquer coisa ao extremo pode causar problemas. Eu tenho o hábito de dizer que sinceridade é diferente de inconveniência.
   Ok, mas, como controlar isso quando se trata dos olhos? Você não consegue dizer aos olhos "não transmitam isso, olhos!" ou ao seu rosto "não rosto, não transpareça esse pensamento!". Existem duas soluções, ou você aprende a "disfarçar", ou simplesmente convive com as consequências de ser quem você é.
   Eu prefiro conviver com as consequências, até porque já tentei mudar, me mudar, mas isso foi totalmente desconfortável e passei a agir de forma mecânica. E não sirvo para robô. Sou inteiramente carne e sangue, apaixonada pela vida e espirituosa. Movida a sentimentos!
   AGORA, detalhe importante, assim como nem todos revelam-se pelo olhar, também nem todos conseguem LER um olhar. Isso exige uma sensibilidade tamanha, ou, em outros casos muita convivência.
   Um bom começo é olhar nos olhos enquanto conversa... Pegue o hábito! No começo será desconfortável, mas, depois de um certo tempo, isso vira algo natural. Eu tenho muitas histórias interessantes sobre isso. É curioso, engraçado e instigante você perceber as reações das pessoas, algumas se apaixonam, outras ficam envergonhadas, algumas assustadas, mas, todas elas gostam e sentem-se contempladas quando as olhamos nos olhos.
 
 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Saudade que dói.

A saudade é um sentimento que dói. 
Quando de alguém que morreu, dói e só o tempo para ajudar a sarar. Embora não possas mata-la, nesse caso, a situação faz-te entender e cicatrizar. Até não doer mais, só ficar na saudade mesmo.
Quando de alguém que não morreu, apenas, se foi (viajou, casou, separou). O tempo só alimenta, mas, é para o bem. A esperança de rever o causador da saudade te mantem "sem dor". A não ser que o causador seja um (a) ex, nesse caso TRATE-SE. 
Quando de alguém que não morreu, não se foi, apenas não é teu. É a maldita saudade do passageiro/do que não te pertence. Nesse caso, o tempo só piora. Embora haja possibilidade de matares, ela geralmente não depende só de ti. E a solução parece vir somente quando algo maior te aparece, fazendo-te "esquecer" daquilo que está te prendendo.
A saudade, assim como o amor, não se explica, apenas se sente, se alimenta ou se mata.