Pensei eu, certa vez, sobre uma menina linda e sorridente que estudava na mesma sala que eu, num semestre qualquer da faculdade.
Eu não a conhecia, apenas via perambular, falar e gesticular pelos corredores do curso.
Segundo o Dicionário Priberam conhecer é; ter conhecimento de, ter relações com, saber o que é e ter total noção de.
Eu não sabia como ela era de fato, não tinha conhecimento dela e muito menos relações. Como eu podia ter uma impressão? Como eu poderia descrevê-la insuportável?
Bom, quem nunca?!
E o mais irônico da vida? Bastaram algumas semanas para, por algum motivo que não lembro qual, eu ter que falar com ela (acho que acabamos desenvolvendo alguma atividade, em sala, juntas). A coisa toda foi acontecendo naturalmente, conversa aqui, troca deias, alguns sorrisos, adiciona no Face ali, ficam amigas acolá...
- Péra! Cuma?
Sim, isso mesmo, ficamos amigas.
Eu comecei a conhecê-la de fato e descobri que ela era totalmente o contrário do que eu imaginava, e que além de ser uma mulher muito forte, independente e lutadora ainda estava passando por um problemaço. Eu entrei por vontade própria naquele barco e dei meu apoio, meu ombro e minhas palavras. E tudo aconteceu! Acompanhei o processo de baixo, de alto, da Fênix. Hoje ela está feliz, realizada e continua linda, sorridente e guerreira.
Lembro que ouvi dela a seguinte frase: “O meu socorro veio de onde eu menos esperava.” (Óbvio, afinal de contas ela sentia minha antipatia, que tive a inteligência e bom senso de quebrar.).
Foi um belo tapa na cara que recebi da vida!
Impossível não termos impressão de alguém, aquela primeira impressão.
É inevitável o julgamento inicial e em alguns casos a antipatia gratuita.
Eu não vejo problema nisso, desde que seja mantido em segredo na nossa mente e sujeito a alterações, ou seja, criteriosamente questionado por nós mesmos, forçando-nos a conhecer a pessoa para nos convencer do contrário ou de que tínhamos razão. (Pode acontecer!)
Se for para definir (expor) alguém, que o conheçamos (de verdade) primeiro.
Se assim não for, melhor que diga “não sei”. Como diria o filósofo Zeca Pagodim: ♪...nunca vi, nem comi, eu só ouço falar...♪
A questão é: a primeira impressão NÃO É a que fica!
Não deve ser a que fica.
Eu penso que nunca conhecemos por completo alguém numa só vida. Sempre temos algo a descobrir de novo. Claro que com o tempo as novidades vão diminuindo, gravamos hábitos, defeitos e qualidades, sabemos os gostos, os mal gostos, onde mora ou morou, as histórias mais cabulosas, as surpreendentes, as bebedeiras e suas consequências, o wi – fi conecta automaticamente na casa da pessoa, a geladeira nos é familiar e aquele restinho de Pureza é compartilhado sem remorso. Ainda assim sempre estaremos em um processo de conhecimento do amigo, da amiga, dos amores, do amor e da vida.
A grande sacada da impressão é que ela não é culpa de quem passa, mas, de quem a cria.
Agimos por quem realmente somos (ou deveríamos pelo menos), os que chegam depois é que criam, em cima disso, uma impressão.
Queridinha! |
Ou seja, nessa vida não devemos passar impressão de nada, apenas ser nós mesmos. As pessoas que nos observam, nos avaliam e nos julgam que sejam capazes de nos compreender, nos interpretar e nos amar, como somos. E que isso seja always recíproco.
(Se esse meu texto for lido/avaliado por uma amante da gramática, ela irá me crucificar de cabeça para baixo, de tantas vezes que repeti a palavra "impressão"... hehe)
Postado inicialmente em: Um Sofá Para Cinco
(Se esse meu texto for lido/avaliado por uma amante da gramática, ela irá me crucificar de cabeça para baixo, de tantas vezes que repeti a palavra "impressão"... hehe)
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